segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Trinta anos

 TRINTEI!

Caralho, tô velha, esse blog tá velho.

O tempo passou, a vida mudou, e cá estamos nós. Acabei de ler meu último texto pra Conrado, tomando um vinho.

O último texto foi tristemente acurado. Perdemos muitas vidas, perdi pessoas próximas. Até hoje pelo menos pais, amigos e Con seguem bem.

Quase todos que conheço já se contaminaram, eu, por cuidado e sorte, ainda não.

O que não quer dizer que a vida não me deu  uma rasteira de saude: tive que operar de urgência, perdi uma trompa. 

Mas hoje não vim falar de mundo ou de desgraça, hoje vim falar de mim.

Os 30 anos são melhor do que os 20. Eu tenho mais certezas do que dúvidas, meu casamento vai bem, as amizades também. Menos em número, mais em qualidade. Meus pais seguem me dando trabalho, mas eu sigo os amando (no caso mãe e padrasto, meu pai eu tirei da minha vida mesmo e hoje sou grata a essa decisão).

O trabalho está se encaminhando para meus objetivos. Ainda não trabalho só dentro da minha especialidade, mas majoritariamente. Estou pensando se terminarei o mestrado, ou se fica pra uma próxima.

A possibilidade de não saber do futuro não me assusta, a possibilidade de largar o mestrado também não, assim como tirar da minha vida quem não me faz bem. Por isso os 30 são melhores que os 20. Só posso torcer para os 40 seguirem essa linha.

Até breve, parabéns para nós 

sábado, 18 de abril de 2020

COVID 19.

Última postagem em 2016, depois de 1 ano sem escrever, e eu pensando que estava na pior com Conrado embarcando pela primeira vez.
Achei o texto exagerado, meio bobinho. Por isso sigo mantendo esse espaço. Para poder ser meio bobinha e exagerada, e lembrar por quais pedras fui pisando e tropeçando no caminho.
Comecei a escrever aqui há 13 anos, muitas coisas já aconteceram. Quase uma Natália inteira desde que cheguei por aqui (tudo mato).
Mas hoje não escrevo de casa, ou do meu computador. Escrevo do trabalho, inimaginável pra mim mesma! Plantões tranquilos, seria esse meu pedido desde sempre? Crianças só vindo a emergência por real necessidade?
Pois então, hoje venho lembrar para mim mesma de hoje e daqui para frente dos dias de hoje. Estamos enfrentando uma pandemia, de um vírus chamado coronavirus (COVID19), com uma taxa de infecção muito alta e uma mortalidade que parece ser alta. Tudo parece porque não sabemos muito.
Nosso SUS (querido SUS), que está sobrecarregado desde sempre, finalmente foi enxergado, e para o susto de quem viu: estava sobrecarregado, quem diria. Leitos de campanha surgindo, hospitais montados as pressas. A medicina privada também não dá conta, acho que ai foi a maior surpresa, esse vírus não respeita nem quem tem dinheiro.
A pandemia não afeta muito as crianças, a nível de gravidade, o que torna meu trabalho mais tranquilo em atendimentos, porém não menos tenso de me contaminar. Medo por mim mesma (pela asma e obesidade), mas acima de tudo, medo de me contaminar e contaminar aqueles que eu amo. Como lidar com a possibilidade de machucar as pessoas que você mais ama nesse mundo?
Estamos em quarentena, Conrado por um acaso e sorte do destino está em casa. Estamos respeitando bem, mas ainda sim eu anida trabalho, então sou um foco constante de quebra da barreia, mesmo tomando todos os cuidados possíveis. 
Conrado me perguntou sobre a possibilidade de que eu parasse de trabalhar, não é como se estivéssemos nadando em dinheiro, mas financeiramente estamos confortáveis, mas nesse momento não é dinheiro. Estranhamente me sinto com uma sensação de vocação, dever a cumprir. Não tenho como me imaginar fugindo a minha missão nesse momento de luta no mundo todo (essa com certeza vai ser a parte que vou ler no futuro e falar que exagero hahahaha)
Estranho como nesse sentido o medo não passa muito pela minha cabeça ao sair para trabalhar. Mas tenho muito medo pelos meus pais, meus sogros, um pouco também pelos meus amigos. Como imaginar um mundo sem as pessoas que mais amamos perdidas contra um vírus? Ou pior, contra o colapso do sistema de saúde?
Sinto muito medo quando escuto noticiários, quando escuto numero de mortos.
Ah, nosso ministro da saúde foi demitido nesse caos. Estava sendo uma pessoa bem coerente nesse cenário. Nosso presidente, for the records, se chama Bolsonaro, e ele é um merda. Mas isso é tópico para um outro momento.
Até a próxima, quem sabe quando.

terça-feira, 30 de maio de 2017

Oi sumido.

Oi sumido! E finalmente aconteceu hein! 1 ano sem postagens! 2016 foi um ano muito intenso de fato. E aqui estamos nós! 10 anos depois, quanta coisa que aquela menina de 15 anos não sabia, talvez só não soubesse menos do que essa de 25 que vos fala. Vamos atualizar as coisas, já sou pediatra, estou casada a 2 meses com o melhor marido do mundo, vulgo Conrado, aquele meu namoradinho do início do blog. Esses 10 anos de relacionamento mostraram que fomos feitos um para o outro, e quando tudo estava perfeito, casa, emprego, amor, eis que Conrado embarca. 2 períodos de 6 meses. E aqui fico eu, sozinha na minha casa pela primeira vez. Que saudade da menina preocupada com a física.
Carreira: pneumopediatria
Familia: vai bem
Amigos: os mesmos maravilhosos de sempre (tenha poucos mas que sejam insubstituíveis)
Amor: inabalável, com uma saudade que não cabe em mim (os.: ele embarcou há 1 semana e eu já estou nesse nível de carencia).
Nós se vê por aí.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Bela.



Ah vida, não tente me enganar, você tem sido um carrasco implacável ao longo dos anos. Porque dar e tirar ao mesmo tempo? Sabe, achei que você tinha dado um tempo, tipo uma folga, as coisas estavam nos trilhos, mas quando olho pros lados, percebo que o meu redor todo é afetado por você, todos os dias. E eu ingênua achando que estava sendo deixada quieta, mas a verdade é que quando quem você ama sofre, parte de você vai junto.
Espero muito que você sabia bem o que está fazendo, porque tem destruído planos de pessoas que executariam eles com maestria. As vezes eu paro pra pensar, e no fundo acho que eu simplesmente parei de me importar, e por isso me afeto menos. Se vou ser intensivista pediátrica ou largar tudo e viajar o mundo como esposa, tanto faz, a gente vê depois.
Mas nem todo mundo tem esse leque, seria legal ser legal, só pra variar. Sabe, não é Amanda não ser defensora, mas e a falta do brilho nos olhos dela que eu nem vi, mas sei que se esvaiu. Não é Conrado não passar na petrobras, mas foram os 6 meses até eu ver ele voltar a ter a ambição que tanto lhe é própria. Não é medo da minha mãe ficar desempregada, mas ser realizada. Não é o Marcos ser demitido, mas dormir tranquilo.
Quanto a mim, não se preocupe, não é que eu não esteja preocupada, só não sei por onde começar. Então não começo.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

I'm just a soul whose intentions are good.

Eu bebo vinho, mas ainda doce para lembrar o gosto que a vida deveria ter pra mim. Residência, pediatria, enfim médica. Ouvindo Kill Bill soundtrack porque nem todos os gostos se perdem com o tempo. Mais pesada em mais aspectos do que eu gostaria. Menos amigos, mais laços, e lençóis. Muito muito muito sono mesmo, dinheiro na conta. Casamento ou bicicleta? Definitivamente não quero equilibrar mais minha vida em duas rodas. Amor não é mais complicado. Escrever é um privilégio, tem um café na minha mesa, marcando a rodela da caneca que nunca mais vai sair dalí. Mais fácil sair eu. A lista de coisas pra estudar continua lá, mas incrivelmente crescendo mais devagar do que as coisas novas que eu venho aprendendo fora das linhas.
Oh lord, please don't let me be misunderstood.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Orgulho.

I never dared to be radical when young For fear it would make me conservative when old. Nessas eleições eu nunca fiz mais sentido pra mim mesma.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Antes nunca do que tarde.



Feliz ano novo!!!
Olá a todos meus zero leitores! Eis que começa 2014, só que não. E porque essa escritora relapsa só vem lhes dar a cara na metade final do ano? Já teve carnaval, já teve pascoa, tá tendo copa e nada de ter a minha vida nesse espacinho. Então vamos aos motivos:
Eu me encontro com 22 anos, e no momento que lhes escrevo estou no meu primeiro ultimo dia de férias escolares, ou seja completei o 11º período dos 12 da minha longa faculdade de medicina, e como nunca me foi escondido, fazer medicina é o capeta, e no fim do ano tem prova para residência, e eu quero ser pediatra e minhas apostilas estão atrasadas, e nesse momento eu deveria estar lendo e amanha tem estágio e STAPH. Ok, ponto 1 claro, estou surtando com tudo que eu TENHO que aprender nos próximos 5 meses, se eu quero ser uma boa médica. Junto com isso eu ainda mantenho meu namoro de 3 anos e meio, ou 5 anos e meio, ou 7 anos e meio, vai saber como se fazem as contas quando se termina e volta, mantenho minhas amizades do tempo do colégio, e tento lidar o melhor possível com as novas da faculdade, tentando não odiá-las após ter que fazer meu TCC em grupo,  e por fim, mas não menos  desgastante obstante meus pais me cobrando cada vez mais um tempo que eu tenho cada vez menos por estarem vendo que eu estou crescendo.
Quero, até o fim do ano, ou até o fim da vida, escrever pra vocês o que eu sinto em relação a medicina, e a neonatologia; quero contar do meu estágio, que pode nem mais ser estágio, quero dar minha opinião sobre a Dilma e falar dos meus cães que me fazem tão feliz. Quero alar sobre o tempo e coisas banais da vida, mas acho que vou só dizer isso pra vocês mesmo, o que eu quero.
Porque no fim das contas a essência de ser adulta, pra mim, é querer muitas coisas e poder executar poucas. Pelo menos me resta ambição.
Ah, e minha opinião sobre a Dilma cabe aqui, rapidinho: Filha da puta.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Quinta-feira.



Ela, que pensava que sabia de tudo sobre ela, de como as coisas funcionavam e da verdade, esqueceu de perceber que as coisas aconteciam sem o controle dela.
Por estar muito ocupada, o tempo passou, e aquele pedido de desculpas não foi dito, aquele trabalho fantástico não foi pra frente, e aquele convite perdeu o timing.
Por estar muito distraída esqueceu de dizer que amava, de dizer que odiava ou de tentar mudar as coisas.
Simplesmente a vida inundou cada cantinho de espaço vago, de uma forma tão sutil, que ela ainda achava que decidia o que fazia ou deixava de fazer.
Não decidiu nada, não escreveu o livro, não reinventou a própria realidade, não tirou as melhores notas, não percebeu que tinha virado adulta. E talvez não tenha virado.
Não importa o que ela acha que sabe ou o que sabe de fato, a realidade não espera nada da gente.

domingo, 3 de novembro de 2013

Hoje.


Vim aqui ver como você estava, hesitei, mas decidi escrever um pouquinho, alguma coisa que seja, só pra não deixar passar em branco.
A falta de tempo continua um horror. Acho engraçado e triste ao mesmo tempo ver como as coisas mudam tanto com os meses, mas continuam tão iguais. Não tiraria uma letra do post anterior hahahahaha.
Acho que o tempo tem passado tão, mas tão rápido, que quando eu mudo alguma coisa na minha vida, já se passou meio ano, e eu não vi passar nem uma semana. É o caso do meu estágio, começou e termina esse mês e nenhuma resenha aqui. Quanto a ele, acho que tenho certeza, é pediatria; já o que dentro da pediatria me complica um pouco mais.
Ainda quero mudar o mundo, mas por hora preciso passar de ano, cumprir carga horária no fim de semana, conciliar tempo entre namorado, amigos e família e estudar pra passar na residência. E pensar que quando isso aqui começou nem faculdade eu fazia ainda.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Em falta.

Mês 8, uma única postagem no ano. Estou em falta. Com meus amigos, com meu namorado, com minha família, com minha balança, com meus estudos, com meu blog, comigo mesma. Só não falta cansaço.