Ela, que pensava que sabia de tudo sobre ela, de como as
coisas funcionavam e da verdade, esqueceu de perceber que as coisas aconteciam
sem o controle dela.
Por estar muito ocupada, o tempo passou, e aquele pedido de
desculpas não foi dito, aquele trabalho fantástico não foi pra frente, e aquele
convite perdeu o timing.
Por estar muito distraída esqueceu de dizer que amava, de
dizer que odiava ou de tentar mudar as coisas.
Simplesmente a vida inundou cada cantinho de espaço vago, de
uma forma tão sutil, que ela ainda achava que decidia o que fazia ou deixava de
fazer.
Não decidiu nada, não escreveu o livro, não reinventou a própria
realidade, não tirou as melhores notas, não percebeu que tinha virado adulta. E
talvez não tenha virado.
Não importa o que ela acha que sabe ou o que sabe de fato, a
realidade não espera nada da gente.
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