quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Meio cansada.

Então eis que você é estudante de medicina, ai você pode até pensar, status, futuro médico, almeja salvar vidas. Ou não. Estudante de medicina é a escoria. Não importa que você sabe muito bem alguma matéria, leu no livro mais moderno e na diretriz ou ainda numa metanálise super bem feita desse ano: você não é medico ainda, sua opinião não conta.
O ponto chave é eu o problema não é o paciente, mas sim sua família e amigos. Ou sempre querem que você saiba o impossível, ou nunca acreditam, ou acham que sabem mais, ou o dr. Não sei quem que me disse outra coisa.

E o que você faz quando essa hora chega? Quando sua sogra indica uma terapêutica absolutamente errada, seu padrasto acha que o colesterol alto está uma beleza, seu amigo hipocondríaco diz que a doença ordinária de pele dele é rara, seu genro prefere fazer exames complexos ao invés de acreditar em você e sua amiga diz que remédios psiquiátricos não são a solução pra nada?

Já achei muito triste a ignorância dos pacientes menos instruídos, hoje em dia acho que é uma benção tanto pra mim quanto para o tratamento deles.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Ligando a televisão aleatóriamente uma e meia da manha.

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...

Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...

Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?

Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?

Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?

Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Despedida.

Lá estava ela, calada no canto. Não sabia ao certo quando, mas sabia que seu momento estava chegando. Todas as coisas que possuía já tinham sido retiradas, e ao invés de leve sentia-se pelada; ou talvez esse sentimento fosse só meu.

Lembrei-me de quando ela chegou, da minha indiferença até o momento de tê-la, e mesmo com ela em minhas mãos, demorei a enxergar seu valor. Pobrezinha, cheia de problemas e complexos, que nunca eram completamente resolvidos.

Entrei, girei a chave, ouvi o motor e demos nossa ultima volta juntas; rápida e silenciosa. Mas é chegada a hora de se despedir, espero que você seja tão boa para alguém quanto você foi pra mim.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Me desculpe.

Mas eu não consigo mais. Eu sei que eu deveria seguir adiante, me doar mais, ser mais paciente, mas eu simplesmente não posso. Eu tenho gritado sem precisar, eu estou sempre nervosa e com 10 pedras na mão, eu não tenho mais doçura, eu não tenho mais nada a oferecer; nem pena eu consigo sentir, gastei o que restava comigo mesma.

Eu sei que eu sou um poço de egoísmo dizendo essas coisas, mas todo dia tem sido insuportável. Quero férias da minha vida, o mais rápido possível.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Eu.

Perdi uma parte do meu tempo de estudo relendo meus proprios textos e cheguei a melhor conclusão da noite, eu gosto muito de mim mesma!
E que bom que eu tenho um espaço pra ser egocentrica e parcial.
Boa Noite :)

domingo, 19 de junho de 2011

Clinicando.

Aqui estou eu querido blog, perdão pelo esquecimento tão longo, mas você sabe que é sempre assim. Até que hoje é diferente, não estou em sofrimento eminente (excetuando-se as provas), nem efusiva, hoje só deu saudades mesmo. Sabe o que eu acabei de perceber? Eu ponho tanto de mim aqui, mas nunca pus a medicina.

Engraçado, ela tem um papel tão fundamental, tão diário, tão inato, e eu só venho aqui nos hiatos dela, quando eu tenho uma trégua, quando algo está me ocupando mais a cabeça. Eu nunca venho contar um caso, fazer um relato ou qualquer coisa do gênero.

Bom, mas ainda não será dessa vez, não tenho atendido ultimamente, semana de provas e tudo mais, então nenhum caso específico pra contar. Esse período as coisas mudaram de figura, eu tenho mais contato com pessoas, doenças, tratamentos, e meus próprios erros.

A primeira vez que eu fui fazer uma anamnese eu percebi sentada na maca que eu não tinha a menor ideia do que fazer. Para melhorar a situação pegamos uma professora super severa, que deu vários trancos no grupo. Bom pra nós. Daquele dia em diante as coisas só melhoraram. Atualmente ainda não sei fazer uma boa anamnese, toda vez que eu sento pra reler meus dados eu vejo quanta coisa ainda precisa ser feita; exame físico então nem se fala, são milhões de atos falhos, mas não vou dizer que não houve progresso.

O maior aprendizado que eu tirei desse período foi aprender a confiar mais em mim e controlar minha teimosia. Eu sei que parecem opostos, que quanto mais eu confio em mim mais teimosa eu fico, mas juro que não foi o caso; do contrario, aprendi a ter mais equilíbrio entre ambos, saber a quem eu devo abaixar a cabeça mesmo discordando e manter minha opnião caso eu tenha convicção dela. Um professor tem um status quo, e se ele quer me passar um conhecimento próprio dele cabe a ele e eu não devo contestar, já absorver ou não cabe a mim. Acho que esse senso crítico deveria ser ganho por todos os alunos que iniciam no ciclo médico. A medicina se aplica em humanos e é lecionada por humanos, existem padrões, mas não fórmulas exatas, cabe ao aluno aprender a ser criterioso, pois é aqui que começa a se formar sua personalidade médica.

Ou não. Já discordei de tanta coisa que eu escrevi convicta por essas páginas...

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Ps.:

Caralhow! 5 anos que eu tenho esse blog =O

Privacidade?

Minha mãe me faz de empregada nas férias – fato. Mas esse post não tem nada haver com isso, mas sim com o fato de que eu digo isso por aqui e não pelo twitter ou facebook, de fato faria muito mais sentido escrever isso naqueles balõezinhos que ficam indagando : O que você está pensando?. O problema é que quando fui escrever naquilo a minha mente na hora me disse: não cabe a essas pessoas saberem o que eu estou pensando, na verdade cabe apenas a poucos amigos.

Acho que o tempo passou e eu não me adequei a esse tipo de redes sócias, acho que algumas satisfações eu não dou nem a minha mãe tipo “estou comendo”, “vou dormir”, imagina então dividir minhas divagações com todas as pessoas que eu já vi por 5 minutos – ou não e por isso me adicionaram ali?! Elas não fazem parte do meu verdadeiro ciclo social.

Ok ok, eu sei que isso aqui também não é um templo de privacidade, mas quem vem aqui ou de fato é meu amigo, ou é um forasteiro qualquer e não o irmão da amiga daquela menina que você conheceu no bar e te adicionou em sei lá o que.

Bom, acho que essa é uma revolta inglória, a tendencia é cada vez mais as pessoas explanarem suas vidas num outdoor, quem sabe com o tempo eu não cedo, mas por enquanto fica entre amigos : Puta que pariu, não aguento mais arrumar a casa! Urgh.